sábado, 29 de agosto de 2009

Nos trilhos do cinema

Ex-alunos da Escola Livre de Cinema formam a Decupagem Produções e participam hoje da Mostra Competitiva
Além do conhecimento oferecido na Escola Livre de Cinema, as salas de aula do local parecem propiciar algum elemento que estimula as novas ideias. Tanto que “Trilhos”, nasceu de um questionamento durante uma aula de Mariana Baltar, professora de História e Estética do Documentário. Ela explicava sobre as “Sinfonias”, que eram filmes feitos na época do cinema mudo, por volta dos anos 20, que prezavam, em seus planos, a exaltação do movimento, utilizando um olhar inovador sobre o cotidiano. Em suas exibições, haviam músicos que tocavam enquanto as imagens eram projetadas para o público.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Laura emociona púbçico do Iguacine

Documentário "Um dia de Laura" é exibido na Mostra Encontros
Qual será a sensação de receber a notícia da exibição de seu filme no Iguacine? Pois Luan Felipe, 19 anos, produtor executivo do documentário “Um dia de Laura” passou pela experiência, quando Valquiria Ribeiro, uma das organizadoras do evento, o telefonou. “Disseram que é um filme bom e que ele abriria o Festival. Ainda perguntaram se eu aceitava”, exclama o estudante de administração, lembrando do momento. Da mesma forma, não se pode esquecer do dia em que a inscrição foi realizada, com um certo grau de adrenalina. “O correio fecha às cinco. Quando faltava cinco minutos, do último dia, a gente ainda estava imprimindo os documentos pedidos”, entrega Luan. “Aí eu fui correndo, peguei uma bicicleta emprestada e fui que nem um doido pro correio perto estação. Quase fui atropelado”, conta em meio a risos, ao contrário da tensão surgida ao ver o estabelecimento quase fechando. O material deveria seguir para o escritório da ONG Reperiferia, na Lapa, onde seria realizada a seleção, do qual o crítico cinematográfico Rodrigo Fonseca participava como curador.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vó Laura

Aluno da Escola Livre de Cinema dirige documentário sobre a vida de sua avó 
Fotos de Bruna Jacubovski e Josy Antunes / Design da capa e convite: Desiré Taconi
O Espaço Cultural Sylvio Monteiro receberá hoje, a partir das 18 horas, em seu teatro, a abertura da Mostra Encontros – uma das primeiras atrações previstas para a grade de programações do Iguacine, o aguardado e anunciado Segundo Festival de Cinema da Cidade de Nova Iguaçu. A citada Mostra inicial tem por objetivo exibir sessões que contenham experiências audiovisuais, além de proporcionar o encontro de seus realizadores com o público, gerando debates.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Além dos muros vermelhos

Grupo de amigos formam a produtora “Por que não?” e filmam o curta “O que vai ser?” em parceria com a Cavídeo
Está em processo de edição um curta-metragem que promete revolucionar a filmografia de Nova Iguaçu. “O que vai ser?” é a primeira produção da “Por que não, Filmes” e a segunda ficção dirigida por Getúlio Ribeiro, um cineasta que, apesar dos exíguos 20 anos, já tem um currículo pra lá de razoável. Somente em 2009, já fez a câmera numa entrevista com João Moreira Salles, fotografou um documentário da UFF (Universidade Federal Fluminense), produziu o curta experimental “Inconstância” e um curta ficcional para a TV Brasil. Se quiser conferir o trailer do curta ficcional, dê um clique aqui.

A ideia para o novo filme surgiu há quase um ano e meio, ao ler um conto enviado por Vampierre, antigo colega de turma da Escola Livre de Cinema. “Quanto eu vi aquele conto, eu fiquei muito admirado”, confessa Getúlio, que logo estava “viajando” nas imagens que a história podia oferecer. Com a permissão de roteirizá-la, passou três dias trabalhando nas cenas. “O meu trabalho foi todo visual”, explica. “Foi escrever coisas visuais e não fazer os diálogos”.

O conto, que também originou um monólogo, narra a história de um personagem que acorda no meio da madrugada sem saber se deve ir beber água ou urinar. Usando uma narrativa de documentário clássico, o curta recorreu a diversos elementos inovadores. Um deles é o momento em que o protagonista Pierre está delirando no quarto e de repente aparece em um banheiro público, ainda de pijama. “Esse roteiro é bem fantasia”, confessa.

Enquanto desenvolvia as imagens para o curta, acrescentou a cena em que Pierre corria livremente num campo verde, segurando uma grande quantidade de balões vermelhos. Enquanto escrevia, Getúlio visualizou um amigo no papel: “Por causa dela eu escolhi o Vitor”, diz, justificando a escolha por Vitor Lopes, que também conheceu na ELC.

Além de aceitar o papel, Vitor foi o responsável pela parceria com a Cavídeo, entabulada durante a recente visita que o produtor Cavi Borges fez ao Cineclube Digital - onde ele anunciou o apoio a produções como a de Getúlio. O ator que daria a vida a Pierre não demorou a ir até Botafogo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro em que funciona a produtora. “Na época, ainda não tínhamos o projeto e nem roteiro na mão e ele emprestou assim mesmo!”, declara Getúlio. “Ele é muito gente boa”. Foi durante essa visita que começou a se configurar a participação da diretora de arte Fabiana Bovary, a Bia. Vítor só não confirmou sua proposta de imediato porque estava apalavrado com uma outra pessoa. “Como essa pessoa não confirmou a proposta, mandei um e-mail para a Bia, convidando-a”. O convite foi prontamente aceito.

A decisão havia sido tomada: filmariam no período de 31 de julho a 4 de agosto. A equipe havia sido composta por Elaine Cristina e Bruna Sanches na produção, Vagner Vieira na assistência de produção, Betinho Taconi na continuidade, Marcele Ponte no still e Desiré Taconi na assistência de direção, além, é claro, de Vitor Lopes e Getúlio Ribeiro. Todos eles passaram pelos muros vermelhos da Escola Livre de Cinema.
A primeira locação foi em Santa Cruz da Serra, na casa da família de Bia, rica em detalhes construídos pelas mãos do pai e onde predominava o verde, num tom semelhante ao chroma key. “A Bia é excelente”, afirma Getúlio. “Era muito engraçado porque, embora ela já tenha até filme com película no currículo, ficava mais nervosa do que eu”, lembra ele, rindo. Ainda hoje o diretor acha graça dos dias em que a moça chegava dizendo que não conseguira conciliar o sono.

Na casa, seriam filmados o quarto e o banheiro do personagem. As filmagens duraram nada menos que 13 horas, em sua maior parte gastas com a iluminação, posterior ao trabalho de Bia com o cenário. “Foi muito pauleira, no final tinha gente já muito estressada”, conta o diretor, sobre a noite em que pernoitaram por amor ao cinema. Nesse dia, a equipe contou com o auxílio de um VT, improvisado com uma pequena televisão encontrada no local. A estratégia foi de grande utilidade, pois o visor da câmera usada estava ruim. “Eu não confio muito no visor, mas ele seria uma tela maior pra reparar nos elementos de quadro. Isso foi um problema muito grande”, explica o diretor.

A cada plano filmado, um novo desafio. A cena seguinte foi a do banheiro, que precisava de um aspecto de noite, quando o Sol já estava quase ganhando o céu, o que exigiu muita agilidade. O quadro, todo em contraluz, foi uma nova experiência para Getúlio. Para complicar ainda mais a situação, a ausência de um parafuso no tripé roubou-lhe a estabilidade. Portanto, era preciso grande discernimento na escolha do posicionamento da câmera, pois ele não poderia ser trocado durante a cena – ou firmeza nas mãos, para conduzi-la sem o uso do equipamento. “Se a gente mexesse um pouquinho durante a gravação, a câmera balançava, podia ficar inclinada”, exemplifica. “Foi o dia que levou mais tempo, mas que teve um dos melhores resultados”, garante Getúlio, após já ter assistido às fitas com os arquivos brutos.

No domingo, dia 2, a equipe rumou para Santa Rita, onde fica a casa de Marcele Pontes. No local, a cozinha se transformaria em set de filmagens, iniciando o processo por volta das 14 horas. Lá perto, podia ser avistado um belíssimo campo verde que, embora ninguém soubesse como chegar lá, foi logo cogitado para a cena do dia seguinte. E por que não? No dia seguinte lá estava a equipe, portando 25 balões de gás, colorindo ainda mais o ambiente.

A estudante de produção Elaine Cristina, 19 anos, não demorou a sacar o celular para conseguir as locações e transportes para o dia posterior: o teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, para onde uma geladeira cenográfica deveria ser levada, e um dos banheiros da Universidade Estácio de Sá, Campus Nova Iguaçu. “No último dia a gente não tinha tempo pra nada. Todas as locações tinham tempo contado”, conta Getúlio. Ambos os locais disponibilizaram apenas 3 horas, incluindo a preparação, a filmagem e a desprodução.

Dentre os inusitados planos de câmera usados no curta, destaca-se um: a geladeira, com um corte em forma de quadrado em seu fundo, cedia espaço para que a lente da câmera captasse a imagem de seu interior. Mostrando a visão que teria um alimento guardado dentro dela, por exemplo, se ele possuísse olhos. “O mais sinistro dessa cena não é a geladeira, mas ela é um plano sequência que é filmado dentro de um teatro”, analisa ele, que contou com a colaboração dos pais de Desiré e Betinho Taconi, que cederam e personalizaram o eletrodoméstico. Na cena, Pierre abre a porta, enche um copo com água e se dirige pra um ponto onde surge um foco de luz e, a partir de então, a imagem continua a prosseguir sem cortes. “Na época que eu coloquei isso no roteiro, eu achei que era impossível de ser feito”, confessa Getúlio, que fez das imagens uma experimentação e uma quebra de estereótipos de que aqui, na Baixada Fluminense, certas coisas são impossíveis. Essa lógica segue a linha de pensamento que nomeia a produtora que formou com a equipe: “Por que não, filmes?”.

A escolha pelo teatro substitui a necessidade de um estúdio e de equipamentos, ainda inacessíveis, de iluminação. O plano sequência foi, sem dúvidas, o preferido do jovem diretor. “Isso pra mim foi: a gente tá fazendo cinema de verdade”, exclama. Após seguirem para a Estácio, filmando rapidamente o que era necessário no local – com direito a participação na atuação de Getúlio, Vagner e Betinho – ainda sobrou tempo para a realização de um vídeo, que surgiu como uma comemoração para o trabalho realizado nos dias anteriores. Nele, com o auxílio da edição, haverá a impressão de que todos da equipe adentram em uma das divisões do banheiro e, igualmente, saem por outra portinha, num ritmo bem humorado.

“Ainda temos um bom caminho pela frente até o curta ser finalizado”, adverte Getúlio, “Temos ainda que fazer o primeiro corte, ir pra estúdio fazer a gravação da voz do Vitor, trilha sonora e mixagem de som. Enquanto isso as imagens estão sendo tratadas”. A previsão de estreia para o filme é outubro, quando já tem local certo para exibição: no Cineclube Mate com Angu, em Caxias, na sessão “Catapulta”. Podemos aguardar.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Improviso no escurinho

Cine Digital de agosto traz um dos maiores repentistas brasileiros para mostrar cultura popular
Há oito meses uma turma vem mostrando sua identidade no cenário audiovisual de Nova Iguaçu. Eles têm entre 18 e 26 anos e, agregando saberes sobre música, fotografia, produção cultural e design, formam a produtora Belê Filmes. Uma das ações do grupo é o Cine Digital, uma parceria com o SESC de Nova Iguaçu, que toda segunda terça-feira de cada mês exibe filmes gratuitamente, sempre às 19 horas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Movida pela arte

Perla Cordeiro arrancou risadas e aplausos na oficina de contação de histórias
por Josy Antunes
Segunda-feira, 4 de agosto, primeiro dia da formação dos mediadores do Bairro-Escola, no auditório do Escola Municipal Monteiro Lobato. O grupo “Te conto umas...” entra em cena às 11h, logo depois da oficina do secretário de Cultura e Turismo, o escritor e cineasta Marcus Vinícius Faustini. O trabalho do grupo se estende até o fim da tarde, com uma breve pausa para o almoço.

É na volta do almoço que alguns mediadores começam a colocar em prática a dinâmica proposta pelo “Te conto umas...” Essa dinâmica consistia em separar os cerca de 50 mediadores presentes em grupos de três, posicionados no centro da grande roda formada pelos companheiros. Esses trios, divididos em um narrador e dois personagens, contavam a história contida nas folhas que haviam acabado de receber.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Paixão por arte-educação

Mediador cultural, poeta e arte-educador conta um pouco de seu trabalho no Bairro-Escola
Há um ano e meio, a Escola Municipal Orestes Bernardo Cabral, em Vila de Cava, conta com a presença do mediador Márcio Rufino, que trabalha de "braços dados" com as oficinas de Incentivo à Palavra, realizadas por Mônica Paulucio. Até então, as atividades realizadas basearam-se nas histórias populares, onde o acervo de livros da sala de leitura e muita criatividade colaboraram fundamentalmente. O mediador se mostra satisfeito com o trabalho já realizado, cujos resultados podem ser auferidos pelo interesse cada vez maior das crianças pela leitura.